quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dirigindo na Europa - Peugeot 3008 Allure 1.6 HDi

Amigos,

Como contei na postagem sobre o Nissan Livina (veja aqui), fiz uma pequena viagem pela Europa em setembro. Rodamos cerca de 2.400 quilômetros e tivemos, como companheiro de viagem, um Peugeot 3008 Allure 1.6 HDi, que foi uma boa surpresa sob vários aspectos.

O "meu" 3008 na praia de Nazaré, em Portugal - Foto: Autor
A primeira (boa) surpresa: o SUV da Peugeot não foi o carro que alugamos. Pensando em acomodar a bagagem de duas mocinhas, reservei, no site da EUROPCAR (uma das maiores locadoras por lá), um Ford Focus SW, modelo que para eles corresponde a station wagon, ou como eles chamam "carrinha", mais em conta.

Como não havia a perua da Ford para entrega imediata no aeroporto de Lisboa, ganhamos um upgrade para a categoria  "utilitário esportivo" e um pedido de desculpa do atendente, que explicou que muitos clientes preferem as peruas por conta da melhor estabilidade e melhor acesso para passageiros idosos.

Nas locadoras do velho continente, faltam peruas e sobram jipinhos como o "meu". Aqui os Europeus mostram um gosto bem diferente dos Brasileiros, que aos poucos vão matando suas belas peruas.

Lá, como aqui, a cor branca está na moda - Foto: Autor
No início fiquei frustrado. Perderia a oportunidade de dirigir a nova geração do Focus, ainda mais na versão perua, inexistente por aqui. Mas o Peugeot se revelaria uma experiência ainda mais exclusiva: versão topo de linha (coisa rara em carros para locação), motor diesel e câmbio manual, inexistentes no modelo à venda no Brasil.

Mas, e como se comportou o jipinho da Peugeot?

Nossa primeira preocupação, a bagagem, não foi um problema. Seu porta malas se mostro maior que o do Nissan Livina, que foi nosso transporte para o aeroporto ainda no Brasil. O para choques traseiro bascula e cria uma plataforma que ajuda muito o carregar/descarregar da bagagem. Existe ainda um fundo falso que pode nivelar o piso do porta malas com a plataforma criada pelo para choques, ou ser rebatido para aumentar a capacidade de carga. Cabem exatos 512 litros, segundo o site da Peugeot Brasil.

Carregado e pronto para a viagem - Foto: Autor
Já dentro do carro a constatação do excelente acabamento, comum aos carros franceses, que faz meu antigo Honda Civic LXS 2012 parecer um carro popular. Apenas a alavanca do câmbio me pareceu um pouco alta no grande console central o que, de fato, exigiu certa adaptação para dirigir, mas que depois se revelou confortável.

O único senão na ergonomia é o porta copos, logo atrás do câmbio, incompatível com o engate da 2ª e 6ª marchas, o que se mostrou desconfortável, já que foi muito utilizado no seco verão ibérico.

Sexta marcha "brigando com a água mineral - Foto: Autor
O interessante painel translúcido que reflete um velocímetro digital no para brisas fez eu me sentir em casa, acostumado com o grande velocímetro digital presente dos meus dois últimos Hondas. O restante dos instrumentos é de fácil leitura e todos os comandos estão à mão. Apenas as chaves do tipo "painel de avião" logo acima do rádio são um pouco confusas e exigiram consulta ao manual para saber o que cada uma fazia.

O GPS com tela rebatível no centro do painel acabou relegado a função de mostrar a estação de rádio sintonizada, uma vez que a EUROPCAR só atualiza os mapas do GPS portátil, que ficou pendurado no para brisas e ligado à tomada 12V numa feia "gambiarra".

Na estrada o funcionamento do motor diesel 1.6 litros de 115cv surpreende pela maciez e pelo torque em baixa rotação. Acostumado com a aspereza das picapes à diesel no Brasil, por vezes me esquecia que estava dirigindo um carro abastecido com este combustível.

Mesmo com motor aspirado, as retomadas são boas e não é necessário ficar trocando de marcha a toda hora. O câmbio, de 6 marchas com engates curtos e precisos, se comporta como um 5+E e a única diferença para um motor a gasolina é a faixa de giro máximo antes dos 5.000RPM.

Na maioria das vezes, boas e desertas estradas - Foto: Autor
Nas planas, retas e duplicadas estradas Ibéricas, pode-se dirigir por horas com a sexta marcha engatada e abaixo das 2.000RPMs. O computador de bordo, nessa situação, marcava consumo entre 16 e 17 km/l. Apetitoso, não?

Nas estreitas ruas das pequenas cidades medievais portuguesas e espanholas, a macia direção elétrica, o pequeno raio de giro e a excelente visibilidade auxiliavam na hora de manobrar e sair dos pequenos apuros que os viajantes, por vezes perdidos, se metiam.

Dez dias e 2.400 quilômetros depois, novamente em Lisboa, com pena de devolver nosso excelente companheiro de viagem, convenci as meninas a uma última esticada e ficamos mais um dia com o "nosso" 3008, conhecendo os arredores da capital Portuguesa.

Ficou curioso para saber sobre como fazer para alugar um carro na Europa, como dirigir por lá, os documentos necessários, custos, etc.? Não perca a postagem da próxima semana onde falarei sobre tudo isso.

Um forte abraço e até a próxima!

Bruno Hoelz

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